Antes de falarmos sobre como combater o bullying, é necessário
compreender esse fenômeno e dar a ele a devida importância. O pensamento
de que o bullying é apenas uma brincadeira de criança já está mais do
que ultrapassado. O problema é grave, vem crescendo e pode acarretar
consequências significativas para as crianças no período escolar e
também na fase adulta.
O bullying é uma agressão verbal ou física que ocorre de forma repetida,
de uma criança para a outra, ou de forma coletiva, de um grupo para uma
criança.
Recentemente, com o maior acesso à internet, as agressões também
passaram a acontecer no ambiente virtual, onde é conhecido como
cyberbullying.
Em geral, a criança que sofre bullying tem baixa autoestima e, muitas
vezes, não consegue pedir ajuda. É até pela dificuldade em reagir que
ela acaba sendo escolhida pelo agressor como alvo. É fundamental,
portanto, que professores e familiares fiquem atentos aos possíveis
sinais de que a criança esteja sendo agredida: ela pode se tornar
apática, perder a vontade de ir para a escola, apresentar sintomas de
depressão e começar a ter baixo desempenho na escola, por exemplo.
Quando os adultos que convivem com ela começarem a identificar esses
primeiros sinais, devem agir para enfrentar o problema.
O primeiro passo é conversar com a escola. É preciso, então, que a
escola chame os envolvidos e busque entender o que está acontecendo,
conscientizando a criança que está praticando o bullying e sobre o que ela
está causando ao colega. É importante sempre indagar ao agressor: “e se
fosse com você? Como você se sentiria?” Em grande parte dos casos, se
essa pergunta é feita logo de início, é possível reverter a situação. É
bastante frequente que o agressor também esteja precisando de alguma
ajuda. É preciso, portanto, entender quais são as motivações do
agressor. Há um terceiro componente do processo, igualmente fundamental
na prática do bullying, que é a plateia. Um agressor só pratica o
bullying se houver plateia pois, em geral, trata-se de uma questão de
autoafirmação. Por isso, o trabalho de prevenção e combate ao bullying
na escola deve ter também momentos coletivos, em que o tema seja
discutido de forma aberta com todos os estudantes.
Valorizar o protagonismo das crianças, dando-lhes segurança e
acreditando em suas ideias, também é fundamental para que elas se sintam
confiantes e possam se defender em qualquer situação. Quando elas
tomarem alguma atitude ou se engajarem em um projeto, é preciso sempre
apoiar, alimentando sua autoconfiança e dando a ela condições de se
defender.
Portanto, para lidar com o bullying, todas essas cartas devem ser
colocadas na mesa: é fundamental entender que esse comportamento é
grave, é preciso a atenção da família e da escola aos sinais de
agressão, que haja muito diálogo entre todos os atores e que o projeto
de vida e protagonismo de cada criança e jovem seja valorizado.
Em novembro do ano passado, foi sancionada a lei que institui Programa
de Combate à Ação Sistemática (bullying). Segundo o texto, as escolas
devem promover medidas de conscientização contra essa agressão, como
implementar campanhas, capacitar os docentes e dar assistências às
crianças e aos jovens, entre outras medidas. Saiba mais sobre a lei aqui.
Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com/todos-pela-educacao/post/como-lidar-com-o-bullying.html
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