quarta-feira, 22 de junho de 2016

INTERVENÇÕES DO PROFESSOR: COMO ATENDER ÀS DEMANDAS REAIS DE APRENDIZAGEM

Assista a um vídeo com os desafios de trabalhar o nome próprio com uma turma da Educação Infantil 

Durante uma aula, a professora Alaide Nicoletti Deyrmendijan, da EMEI Dr. José Augusto, em São Paulo, pediu às crianças que assinassem o cartão de aniversário feito para presentear uma colega. Enquanto todos trabalhavam, ela caminhou pela sala e viu que Raul havia escrito seu nome da direita para a esquerda com rotação das letras R e L: . Ao lado do menino, Alaide propôs que ele lesse o que estava escrito e comparasse com seu crachá. Aos poucos, Raul percebeu que, para escrever uma palavra em nossa língua, é necessário respeitar uma ordem determinada: da esquerda para a direita. Assista ao vídeo com mais casos dessa turma abaixo.

Além de planejar atividades com objetivos claros, o professor alfabetizador deve saber como suas intervenções podem ajudar a criança a refletir sobre o sistema da escrita. “Por mais poderosa que seja uma situação didática, quando não está acompanhada de intervenções adequadas, ela inevitavelmente perde seu potencial. Por isso, é desejável planejar uma série de possíveis intervenções de acordo com as respostas das crianças”, diz Diana Grunfeld, especialista em didática da alfabetização e membro da equipe de coordenação da Rede Latino-americana de Alfabetização.

Não são apenas os alunos com dificuldade que devem receber a atenção do professor. Aqueles que já conseguem identificar e escrever seu nome, sem a ajuda do modelo, precisam ser constantemente desafiados. Caso contrário, a turma corre o risco de sofrer com o “fenômeno da homogeneização”, descrito por Diana no artigo “La intervención docente en el trabajo con el nombre proprio – Una indagación em jardines de infantes de la Ciudad de Buenos Aires”. Quando isso ocorre, o professor não leva em consideração a heterogeneidade dos saberes dos pequenos para planejar as atividades. Se já escrevem o próprio nome, por que não propor que comecem a escrever o de seus colegas? Dessa forma, todos podem avançar.

Intervenções bem planejadas

É preciso ter conhecimento do que os alunos já sabem para promover discussões mais significativas durante as atividades. “Caso contrário, as intervenções do professor serão pautadas em suposições, e não nas reais demandas e saberes deles”, explica Andréa Luize, coordenadora do Núcleo de Práticas de Linguagem da Escola da Vila, em São Paulo. Ao propor que a turma encontre determinado nome em meio a uma lista, por exemplo, é importante perguntar às crianças como chegaram àquela conclusão. Nessas situações de leitura e identificação, o professor pode utilizar as respostas inadequadas para incentivar a verificação e a reformulação das suas ideias iniciais.

Em atividades de escrita do nome, é essencial estabelecer um clima de segurança na sala. Aqueles que ainda não sabem escrever poderão copiar de um modelo, com calma e no seu tempo. Se a criança tiver dificuldade em grafar as letras, o professor pode ajudá-la a prestar atenção em seu traçado. Quando as crianças esquecem as letras que querem escrever, é interessante encorajá-las a procurar no alfabeto da classe.

Como avaliar o que as crianças já aprenderam?

Para saber se as intervenções estão contribuindo para o processo de aprendizagem, a única maneira é observar a turma. “O professor que propõe atividades de análise do sistema de escrita com regularidade não precisa de avaliação externa. Ele consegue fazer o mapeamento por acompanhar a turma diariamente”, diz Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá e professora da pós-graduação em Alfabetização do Instituto Superior Vera Cruz.

Foi o que fez Aline Lima, professora da turma de 5 anos da Escola de Educação Básica e Profissional Embaixador Expedito de Freitas Resende, em Teresina. Depois de cada atividade com nome próprio, ela registra pautas de observação e analisa o que as crianças já conseguem fazer e no que enfrentam mais dificuldades. Ela organiza um portfólio para cada aluno e acompanha sua evolução. Além de avaliar o que já foi aprendido, Aline consegue planejar as próximas ações e apresentar novos desafios aos pequenos.

Fonte: http://novaescola.org.br/nome-proprio/intervencoes.shtml?utm_source=tag_novaescola&utm_medium=facebook&utm_campaign=mat%C3%A9ria&utm_content=link

terça-feira, 21 de junho de 2016

JOGO CONTRA O BULLYING

Usar jogos como estratégia de ensino podem ensinar, e muito, sobre diversos temas e ajudar no combate à indisciplina.

Izadora Perkoski, psicóloga e pesquisadora do Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Jogos Educativos (LADEJE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), acredita que é possível criar jogos que sejam divertidos e eficientes ao mesmo tempo. Com essa proposta, desenvolveu o Jogo do Espião em seu mestrado na UEL. O objetivo é incentivar crianças de 8 a 11 anos a reconhecer e combater práticas de bullying nas salas de aula.

Para jogar,  tem-se um tabuleiro e cartas que indicam se o participante deve avançar ou retroceder.


Cartas de nível 1 (amarelas): apresentam apenas os conceitos básicos sobre o bullying  diferentes pontuações para seguir em frente no jogo.



As do próximo nível 2 (vermelhas): mostram um trecho de história, que deve ser completado pela criança com outra carta que seja a mais adequada entre as opções.



 Cartas de nível 3 (verdes): retratam uma situação em forma de diálogo em primeira pessoa, colocando o jogador no centro da ação sobre como se posicionar frente ao bullying.



Cada resposta condiz a uma pontuação diferente indicada nas instruções.

A opção por um jogo analógico - que utiliza peças físicas - foi feita por uma questão pedagógica, já que o tabuleiro promove uma interação mais próxima dos estudantes. "O jogo permite o contato face a face, com maior probabilidade de, por exemplo, autorrevelação, na qual o aluno relate episódios de bullying pelos quais passou ou testemunhou", explica.

Para testar a eficiência do jogo no campo do aprendizado, foram realizados testes com crianças na faixa etária que pretendiam atingir. "Tivemos bons resultados em manter o engajamento dos jogadores por um período relativamente longo (quatro sessões de 50 minutos cada)", explica a pesquisadora. Já sobre a eficácia pedagógica, os resultados demonstraram que os estudantes passaram a identificar os casos de bullying e o que poderiam fazer para denunciar. Izadora aponta que o jogo passará ainda por novos testes antes de ser lançado comercialmente.

Fonte: http://revistaeducacao.com.br/textos/229/jogos-para-criancas-desenvolvidos-por-brasileiros-371124-1.asp 

sábado, 18 de junho de 2016

SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE A SEPARAÇÃO CORRETA DO LIXO

Um dos temas transversais mais ensinados em sala é a questão do lixo e a sua destinação correta. Isso ocorre porque o lixo é um dos principais problemas da sociedade moderna, uma vez que as atividades humanas geram uma grande quantidade de resíduos, que, se não receberem a destinação correta, podem acumular-se no meio ambiente e causar diversos impactos para o espaço natural e para os seres vivos que têm contato com esses materiais.

Assim, é fundamental que o professor encontre uma maneira de ensinar essa temática de forma a torná-la significativa para o aluno, sensibilizando-o sobre a importância de dar uma destinação correta para o lixo produzido por ele. Para atingir esse objetivo, recomendamos que o professor desenvolva uma sequência didática para abordar esse conteúdo com base nos seguintes passos:

1º Aula (Introdução do conteúdo, clique aqui): Na primeira aula sobre a temática, é fundamental que o professor debata com os alunos sobre a produção exagerada de resíduos pela sociedade capitalista. Durante a problematização, o professor deve abordar os principais problemas ambientais causados pela destinação incorreta do lixo, a diferença entre lixo e materiais recicláveis, a necessidade de se separar adequadamente os diferentes tipos de lixo e a importância do reaproveitamento e da reciclagem.

Para motivar o debate, o professor pode utilizar o documentário “História das coisas”, que pode ser encontrado no Youtube. Esse documentário mostra uma cadeia produtiva da extração da matéria-prima até o descarte do produto e realiza uma crítica sobre o consumismo exagerado e suas consequências para o meio ambiente. Recomenda-se que o professor inicie a aula com o vídeo, que tem duração de 22 minutos e depois comece um debate sobre a temática.

2ª Aula (Aula sobre a destinação do lixo, clique aqui): Inicie a aula fazendo uma retomada da aula anterior e, depois, realize uma explicação sobre os diferentes destinos do lixo e os impactos de cada um deles sobre o meio ambiente. Em sua explicação, apresente dados sobre a produção de lixo no Brasil e no mundo, fale sobre a diferença entre aterro sanitário, lixão e incineração do lixo e apresente dados sobre a quantidade de materiais recicláveis que vão para os aterros sanitários todos os dias e que poderiam ser reciclados ou reaproveitados.

O professor pode também realizar com os alunos um trabalho de campo até o destino do lixo (aterro sanitário, lixão, incineradoras, rio etc.) coletado na cidade. Para isso, é preciso observar se o professor terá tempo para executar e preparar a atividade, verificar uma forma de deslocar os alunos com segurança até o local do trabalho de campo e se a prefeitura ou o órgão responsável pela coleta de lixo na cidade permite esse tipo de visita no local.

3º Aula (Separação dos diferentes tipos de materiais): Para ensiná-los a separar os diferentes tipos de “lixo”, recomenda-se a construção de lixeiras seletivas a partir de caixas de papelão (materiais recicláveis), visto que, durante o processo de construção das lixeiras, os alunos aprenderão as cores utilizadas para a separação de cada tipo de material e como deve ser feita essa coleta dos resíduos sólidos.

Divida os alunos em grupos e solicite que cada grupo leve sete caixas de papelão do mesmo tamanho e formato e os seguintes tipos de materiais: papel, papelão, fita adesiva, espelho, vidro, casca de banana, galhos de árvores, seringa e gazes (sem utilizar), isopor, espuma, papel carbono, guardanapos, cerâmicas, clipes e outros materiais que julgar necessário. Em sala, oriente a pintura dessas caixas, que devem ser pintadas de acordo com o padrão determinado pela resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 275, de 2001:

Lixo Azul - Papel/Papelão
Lixo Amarelo - Metais
Lixo Verde - Vidro
Lixo Vermelho - Plástico
Lixo Marrom - Orgânico
Lixo Cinza - Resíduos gerais (misturados) 
Branco: Material hospitalar contaminado

Após confeccionar as lixeiras, o professor pode incentivar a separação dos diferentes materiais levados pelos alunos para a escola. Nesse momento, promova uma gincana para eleger o grupo que separou corretamente os materiais conforme a resolução do CONAMA. Recomenda-se juntar todos os materiais em um único monte e solicitar que cada grupo destine-os para as suas respectivas lixeiras. O grupo que colocar a maior quantidade de materiais corretos em cada lixeira vence. Cada material colocado errado anula um material correto.

Depois da atividade, se a escola não possuir lixeiras de coleta seletiva, seria interessante disponibilizar as lixeiras produzidas pelos alunos para toda a escola. Nesse caso, os alunos poderiam realizar uma campanha de conscientização sobre a problemática do lixo no mundo e sobre a importância da destinação correta dos diferentes materiais utilizado por eles como forma de avaliação da aprendizagem. Outra forma de avaliar o aprendizado seria por meio da apresentação de painéis sobre o conteúdo.

Fonte: http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/sequencia-didatica-sobre-separacao-correta-lixo.htm 

quinta-feira, 16 de junho de 2016

90 LIVROS INFANTIS PARA BAIXAR GRATUITAMENTE!

Pessoal, os livros infantis abaixo não ferem as leis, foram disponibilizados gratuitamente por seus autores e portanto, podem ser livremente baixados e utilizados! Esta é uma iniciativa da Fundação Educar Dpaschoal.  e Domínio Publico.

Boa leitura!!
 
Créditos: Fundação DPaschoal, site Domínio Público e autora Flávia Muniz.
  1. A voz da estrela - Claudia Cotes
  2. Muito mais que um jardim - Sandra Aymone
  3. Juliana pra lá de bacana - Cláudia Cotes
  4. Um passeio monumental - Sandra Aymone
  5. Gato que fugiu do museu - Sandra Aymone 
  6. A praça é de graça - Sandra Aymone 
  7. A felicidade das borboletas
  8. Hoje é dia de teatro - Sandra Aymone 
  9. No parque nosso verde - Patrícia Engel Secco
  10. Chapeuzinho de palha e o primeiro livro - Sandra Aymone 
  11. Caminhão nas estrelas - Sandra Aymone
  12. Thiago um menino genial - Keyla Ferrari
  13. Mateus e o brinquedo desaparecido - Sandra Aymone 
  14. João preste atenção! - Patrícia Engel
  15. O rei dos canudinhos - Sandra Aymone 
  16. Mateus e o Muiraquitã - Sandra Aymone 
  17. O livro que queria ser brinquedo - Sandra Aymone
  18. O que há de bom? - Sandra Aymone 
  19. Chegadas e despedidas - Sandra Aymone 
  20. De volta para o Pará - Sandra Aymone 
  21. Professor Bóris e a educação no trânsito
  22. Democracia - Luciana de Almeida 
  23. O direito de ser criança - Luciana de Almeida 
  24. Amigos livros - Patrícia Engel
  25. Zeca o dono dos direitos - Luciana de Almeida 
  26. Professor Bóris em mãos a obra - Luciana de Almeida 
  27. Muito mais que um jardim - Sandra Aymone
  28. Duelo das fadas -  Patrícia Secco 
  29. Fadas ou borboletas -  Luís Norberto Pascoal 
  30. Fantasma dos vagalumes -  Sandra Aymone 
  31. Semente da verdade -  Patrícia Secco
  32. Sapo e o jardim florido -  Luís Norberto Pascoal 
  33. João da água - Patrícia Secco 
  34. Lição de voo - Sandra Aymone 
  35. Euzinha - Katia Rocha 
  36. Três perguntas do rei -  Sandra Aymone 
  37. Zeca, o dono dos direitos
  38. Pássaro sem cor -  Luís Norberto Pascoal 
  39. Super herói de verdade - Sandra Aymone 
  40. Cumbuca de ouro -  Sandra Aymone 
  41. Gritadeira -  Sandra Aymone 
  42. 8 jeitos de mudar o mundo para crianças -  Sandra Aymone 
  43. Estradas de couro -  Sandra Aymone 
  44. Vestido azul -  Sandra Aymone 
  45. Galinha que sabia ler -  Sandra Aymone 
  46. A formiga e a mosca -  Sandra Aymone 
  47. Tirrim e Cocoricó -  Sandra Aymone 
  48. Diz a lenda -  Sandra Aymone 
  49. O dinheiro que caiu do céu - Silmara Rascalha Casadei e Eduardo Jurcevic 
  50. Mistério na Biblioteca - Sandra Aymone
  51. Como flores em um jardim -  Patrícia Secco 
  52. A mata Atlântica - Patrícia Secco
  53. A traça escritora - 
  54. Meu orçamento -  Patrícia Secco 
  55. Meu orçamento livro de atividades
  56. Muita água e sabão... Mas pichação não
  57. No parque nosso verde - Patrícia Secco
  58. O livro que não tinha fim - Sandra Aymone
  59. O voluntário - Patrícia Engel
  60. A casa amarela - Keyla Ferrari
  61. Pneu chorão - Sandra Aymone 
  62. A voz da estrela - Claudia Cotes
  63. Beto Brasil e a partida dos vencedores
  64. As olimpíadas do Beto livro de atividades
  65. 8 jeitos de mudar o mundo na escola -  Instituto Faça Parte 
  66. 8 jeitos de mudar o mundo na empresa -  Instituto Faça Parte 
  67. Todos contra a dengue - Brasilio 
  68. Diogo e Olívia
  69. A menina que sonhava ser máquina de escrever - Flávia Muniz
  70. A bruxa e o caldeirão
  71. Desejo de ensinar e a arte de aprender - Rubem Alves
  72. Papo útil - Patrícia Engel
  73. O peixinho e o gato - Lenira Almeida
  74. O ratinho rói rói - Lenira Almeida
  75. Saúde pra dar e vender - Patrícia Engel
  76. Pai, posso dar um soco nele? - José Claudio da Silva
  77. No reino das letras felizes - Lenira Almeida
  78. O galo Tião e a dinda raposa - Lenira Almeida
  79. O leão Praxedes - Tarcisio Lage
  80. Educação com afetividade - Ivan Roberto Capelatto
  81. Histórias que acabam aqui - Teresa Lopes
  82. Histórias da avozinha - Figueiredo Pimentel
  83. Adivinhe o que é Folclore - Sandra Aymone
  84. Eu que vi, eu que vi - Deivison Amorim
  85. A borboleta azul - Lenira Almeida
  86. Ananda e os nanorobôs - Eliú Quintiliano
  87. Abelhas e formigas - Lenira Almeida
  88. Tudo organizado - Patrícia Engel
  89. Bem-vindo Hiroshi! - Patrícia Engel
  90. Ordem e Progresso - Patrícia Engel 

sexta-feira, 10 de junho de 2016

SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM TDAH: ANÁLISE DE RESULTADOS RECENTES EM AMOSTRA DE FAMÍLIAS BRASILEIRAS

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos mais prevalentes da infância e adolescência[1]
Nas últimas 2 décadas, com o constante crescimento do conhecimento acerca do TDAH, novos questionamentos sobre sua etiologia vêm surgindo. Achados consistentes em pesquisas realizadas com familiares de portadores de TDAH já demonstraram as altas taxas de herdabilidade do transtorno[2]. Embora não se tenha dúvida sobre a influência da genética na etiologia do TDAH, diversos estudos sugerem que o ambiente familiar também está envolvido. Outro achado que merece destaque é a alta incidência de sintomas de ansiedade e depressão em crianças com TDAH e também em seus familiares[3].
 
Todo este conhecimento nos leva a novos questionamentos. Podemos resumir alguns destes da seguinte forma: De que maneira a genética e o ambiente familiar interagem e influenciam a incidência de TDAH e de sintomas de ansiedade e depressão? De que forma os sintomas de ansiedade e TDAH estão relacionados? Como medir a influência do TDAH sobre os sintomas ansiosos, e vice-versa?

Recente pesquisa com famílias de crianças com TDAH foi conduzida na Universidade Federal do Rio de Janeiro com objetivo de investigar algumas das questões acima citadas. Os primeiros achados desta pesquisa foram descritos no artigo “Multilevel analysis of ADHD, anxiety and depression symptoms aggregation in families”[4].
Os resultados obtidos indicam que a presença e a gravidade dos sintomas de desatenção em mães exercem um efeito significativo sobre a ansiedade da prole. Em outras palavras, quanto mais graves forem os sintomas de desatenção em mães, maior será a prevalência de sintomas de ansiedade na prole. Estes resultados são ainda mais significativos para crianças do gênero masculino.

Houve uma correlação inversa entre a hiperatividade em pais e ansiedade na prole. Ainda que pareça paradoxal, este resultado pode ser explicado através de variáveis associadas ao meio familiar. Diversos estudos já investigaram como o ambiente familiar pode influenciar a expressão dos sintomas em diferentes integrantes de uma mesma família. Em um estudo publicado por Minde e cols[5], alguns dos resultados levaram os autores à hipótese de que esposas de homens com TDAH são mais tolerantes e dão maior suporte aos seus maridos quando comparado com homens sem TDAH casados com esposas que possuem este diagnóstico. No primeiro caso, estas mães tendem a ser mais cuidadosas também com seus filhos e, consequentemente, apresentam melhor comportamento adaptativo social. O resultado final é um ambiente familiar mais harmonioso com menor prevalência de sintomas ansiosos ou depressivos.

Esta pesquisa também revelou que os sintomas de ansiedade em mães guardam uma correlação direta com os níveis de desatenção de suas filhas. Isso poderia ser explicado pelo fato de que mães com altos níveis de ansiedade frequentemente apresentam dificuldades no cuidado com seus filhos. Uma consequência direta deste fato é o aumento dos níveis de ansiedade nestas crianças e a piora do controle da atenção. Outra explicação possível reside no fato de que cuidar de crianças com TDAH representa, per si, um fator de risco para aumento de ansiedade em mães.
Correlações significativas entre níveis de ansiedade de mães e filhos também foram obtidas. Ansiedade materna teve influência significativa sobre a presença de depressão na prole, especialmente, sobre o gênero feminino. Por outro lado, nenhuma correlação estatisticamente significativa foi achada entre ansiedade paterna ou sintomas depressivos nestes, e sintomas de TDAH, depressão e ansiedade em crianças. 

Muitas discussões relevantes podem surgir a partir destes resultados. Entretanto, há um achado específico deste estudo que deve ser ressaltado. Praticamente todos os resultados significativos foram relacionados às taxas de agregação de sintomas entre mães e crianças. A influência paterna sobre a sintomatologia da prole não foi importante quando comparada à materna. Por este motivo, as pesquisas sobre os fatores de risco genéticos e ambientais devem considerar o efeito do gênero parental como uma variável relevante. Saber se essa diferença de gênero dos pais atua diretamente como fator de risco ou apenas como fator mediador de outras diferentes variáveis permanece como uma das questões mais desafiadoras do momento. 

Escrito por Daniel Segenreich, Bernardo Carnevale e Ana Carolina Castro

Fonte: http://tdahbrasil.net/br/artigos/textos/item/1117-sintomas-de-ansiedade-e-depress%C3%A3o-em-fam%C3%ADlias-de-crian%C3%A7as-com-tdah-an%C3%A1lise-de-resultados-recentes-em-amostra-de-fam%C3%ADlias-brasileiras.html 



[1]Klein RG, Mannuzza S, Olazagasti MA, Roizen E, Hutchison JA, Lashua EC, Castellanos FX (2012) Clinical and functional out- come of childhood attention-deficit/hyperactivity disorder 33 years later. Arch Gen Psychiatry 69(12):1295–1303
[2]Chang Z, Lichtenstein P, Asherson PJ, Larsson H (2013) Developmental twin study attention problems: high heritabilities throughout development. JAMA Psychiatry 70(3):311–318
[3]Segenreich D, Fortes D, Coutinho G, Pastura G, Mattos P (2009) Anxiety and depression in parents of a Brazilian non-clinical sample of attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) stu- dents. Braz J Med Biol Res 42(5):465–469
[4]Segenreich D, Paez MS, Regalla MA, Fortes D, Faraone SV, Sergeant J, Mattos P. Multilevel analysis of ADHD, anxiety and depression symptoms aggregation in families. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2014 Aug 26. [Epub ahead of print]

[5]Minde K, Eakin L, Hechtman L, Ochs E, Bouffard R, Greenfield B, Looper K (2003) The psychosocial functioning of children and spouses of adults with ADHD. J Child Psychol Psychiatry 44(4):637–646

terça-feira, 7 de junho de 2016

COMO LIDAR COM O BULLYING?

Antes de falarmos sobre como combater o bullying, é necessário compreender esse fenômeno e dar a ele a devida importância. O pensamento de que o bullying é apenas uma brincadeira de criança já está mais do que ultrapassado. O problema é grave, vem crescendo e pode acarretar consequências significativas para as crianças no período escolar e também na fase adulta.

O bullying é uma agressão verbal ou física que ocorre de forma repetida, de uma criança para a outra, ou de forma coletiva, de um grupo para uma criança.

Recentemente, com o maior acesso à internet, as agressões também passaram a acontecer no ambiente virtual, onde é conhecido como cyberbullying.

Em geral, a criança que sofre bullying tem baixa autoestima e, muitas vezes, não consegue pedir ajuda. É até pela dificuldade em reagir que ela acaba sendo escolhida pelo agressor como alvo. É fundamental, portanto, que professores e familiares fiquem atentos aos possíveis sinais de que a criança esteja sendo agredida: ela pode se tornar apática, perder a vontade de ir para a escola, apresentar sintomas de depressão e começar a ter baixo desempenho na escola, por exemplo. Quando os adultos que convivem com ela começarem a identificar esses primeiros sinais, devem agir para enfrentar o problema.

O primeiro passo é conversar com a escola. É preciso, então, que a escola chame os envolvidos e busque entender o que está acontecendo, conscientizando a criança que está praticando o bullying e sobre o que ela está causando ao colega. É importante sempre indagar ao agressor: “e se fosse com você? Como você se sentiria?” Em grande parte dos casos, se essa pergunta é feita logo de início, é possível reverter a situação. É bastante frequente que o agressor também esteja precisando de alguma ajuda. É preciso, portanto, entender quais são as motivações do agressor. Há um terceiro componente do processo, igualmente fundamental na prática do bullying, que é a plateia. Um agressor só pratica o bullying se houver plateia pois, em geral, trata-se de uma questão de autoafirmação. Por isso, o trabalho de prevenção e combate ao bullying na escola deve ter também momentos coletivos, em que o tema seja discutido de forma aberta com todos os estudantes.

Valorizar o protagonismo das crianças, dando-lhes segurança e acreditando em suas ideias, também é fundamental para que elas se sintam confiantes e possam se defender em qualquer situação. Quando elas tomarem alguma atitude ou se engajarem em um projeto, é preciso sempre apoiar, alimentando sua autoconfiança e dando a ela condições de se defender.

Portanto, para lidar com o bullying, todas essas cartas devem ser colocadas na mesa: é fundamental entender que esse comportamento é grave, é preciso a atenção da família e da escola aos sinais de agressão, que haja muito diálogo entre todos os atores e que o projeto de vida e protagonismo de cada criança e jovem seja valorizado.

Em novembro do ano passado, foi sancionada a lei que institui Programa de Combate à Ação Sistemática (bullying). Segundo o texto, as escolas devem promover medidas de conscientização contra essa agressão, como implementar campanhas, capacitar os docentes e dar assistências às crianças e aos jovens, entre outras medidas. Saiba mais sobre a lei aqui.

Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com/todos-pela-educacao/post/como-lidar-com-o-bullying.html 

domingo, 5 de junho de 2016

5 BRINCADEIRAS PARA IDENTIFICAR DISLEXIA EM CRIANÇAS

A dislexia atinge 4% da população brasileira conforme uma pesquisa do Instituto ABCD. Esse transtorno de aprendizagem não tem cura, mas quanto mais cedo for identificado, melhor poderá ser trabalhado pelos estímulos corretos. “Existem vários tipos de dislexia como diversos graus. É possível dar um diagnóstico após dois anos do início do processo de alfabetização”, explica a especialista em dislexia Sheila Leal.

A especialista alerta que a aquisição tardia da fala, dificuldades motoras e de memorização das cores, por exemplo, são elementos a serem observados até mesmo antes do processo de alfabetização.

Com mais de 15 anos de atuação profissional nas áreas clínica e pedagógica, Sheila é idealizadora do Projeto Filhos Brilhantes, que produz conteúdo especializado em desenvolvimento infantil. 

“Problemas em guardar o nome dos objetos e dificuldade em aprender a cantar músicas reforçam algumas suspeitas”, destaca, alertando que o diagnóstico completo só é possível com uma equipe multidisciplinar, que inclui neuropediatra, fonoaudiólogo, neuropsicólogo e psicopedagogo. “A forma ideal de encarar a dislexia é identificar as potencialidades da criança, para valorizar o que é positivo”, explica. Há cinco brincadeiras que podem ser utilizadas para identificar uma possível dislexia.

1. Cante
Sheila sugere que os pais devem começar a cantar para que seus filhos completem a música, especialmente com crianças de 4 a 5 anos. “Observe se seu filho sempre pedirá auxílio ou se chegará a completar a música sozinho”, explica.

2. Brinque com números 

Os pequenos de 4 a 5 anos já devem ser capazes de contar até cinco, segundo a especialista. “Conte os objetos da casa ou faça bolinhas de massinha, mostrando com os dedos”, indica a fonoaudióloga. Ela explica que é preciso observar se a memorização ocorre com facilidade, especialmente quando é sobre a idade da criança.

3. Desenhe


Sheila ensina que uma das brincadeiras mais importantes na infância é o ato de desenhar. A coordenação motora e o esquema corporal, podem ser identificados e trabalhados através de um simples desenho. “Desenhe no chão, no papel kraft ou na cartolina, por exemplo, pois desenhos grandes permitem a exploração do papel”, explica. “Observe se a criança tem dificuldade em pegar o giz, canetinha ou lápis”. A especialista sugere que os pais brinquem de adivinhar desenhos, e verifiquem se os pequenos se recusam a desenhar ou não sabem fazer objetos simples, como quadrados ou círculos.Fique atento se o seu filho com 4 anos ainda tem dificuldades para executar esses movimentos solicitados.

4. Brinque de forca


Com filhos de 6 a 8 anos, a psicopedagoga indica a importância de brincar do tradicional jogo de forca. “Ao pensar em uma palavra e oferecer uma dica simples para a criança, ela terá que pensar nas letras para descobrir”, explica. Para a especialista, é preciso prestar atenção na forma como a criança resolve o problema. “Observe se ele sempre repete a mesma letra ou se fica chutando qualquer palavra”.

5. Brinque de rima


Dentre as músicas infantis mais comuns, quase todas possuem rimas. Sheila sugere que os pais cantem e promovam que os filhos de 6 a 8 anos completem com rimas. A fonoaudióloga destaca que nesta idade as crianças devem ter noção de como rimar.

Alerta


Além das brincadeiras, Sheila indica uma prática importante para verificar como está o desenvolvimento das crianças de na faixa dos 6 aos 8 anos: fazer uma lista de supermercado com os itens que devem ser comprados – mesmo que seja apenas em forma de desenhos ou as letras iniciais – e que depois as compras sejam feitas em conjunto. “Peça que seu filho te ajude a encontrar os itens da lista”.

Por fim, a especialista adverte que os pais não devem rotular os filhos, nem com o diagnóstico dos profissionais, e jamais chamá-los de preguiçosos ou outro adjetivo semelhante. “Ao fazer isso, o sentimento negativo é enraizado, afetando a autoestima e prejudicando ainda mais o processo de leitura e escrita”, conclui.

Fonte: http://anamariabraga.globo.com/canais/comportamento/5-brincadeiras-que-ajudam-a-identificar-dislexia-em-criancas.html