
A especialista alerta que a aquisição tardia da fala, dificuldades
motoras e de memorização das cores, por exemplo, são elementos a serem
observados até mesmo antes do processo de alfabetização.
Com mais de 15 anos de atuação profissional nas áreas clínica e
pedagógica, Sheila é idealizadora do Projeto Filhos Brilhantes, que
produz conteúdo especializado em desenvolvimento infantil.
“Problemas em guardar o nome dos objetos e dificuldade em aprender a
cantar músicas reforçam algumas suspeitas”, destaca, alertando que o
diagnóstico completo só é possível com uma equipe multidisciplinar, que
inclui neuropediatra, fonoaudiólogo, neuropsicólogo e psicopedagogo. “A
forma ideal de encarar a dislexia é identificar as potencialidades da
criança, para valorizar o que é positivo”, explica. Há cinco
brincadeiras que podem ser utilizadas para identificar uma possível
dislexia.
1. Cante
Sheila sugere que os pais devem começar a cantar para que seus filhos
completem a música, especialmente com crianças de 4 a 5 anos. “Observe
se seu filho sempre pedirá auxílio ou se chegará a completar a música
sozinho”, explica.
2. Brinque com números
Os pequenos de 4 a 5 anos já devem ser capazes de contar até cinco, segundo a especialista. “Conte os objetos da casa ou faça bolinhas de massinha, mostrando com os dedos”, indica a fonoaudióloga. Ela explica que é preciso observar se a memorização ocorre com facilidade, especialmente quando é sobre a idade da criança.
3. Desenhe
Sheila ensina que uma das brincadeiras mais importantes na infância é
o ato de desenhar. A coordenação motora e o esquema corporal, podem ser
identificados e trabalhados através de um simples desenho. “Desenhe no
chão, no papel kraft ou na cartolina, por exemplo, pois desenhos grandes
permitem a exploração do papel”, explica. “Observe se a criança tem
dificuldade em pegar o giz, canetinha ou lápis”. A especialista sugere
que os pais brinquem de adivinhar desenhos, e verifiquem se os pequenos
se recusam a desenhar ou não sabem fazer objetos simples, como quadrados
ou círculos.Fique atento se o seu filho com 4 anos ainda tem
dificuldades para executar esses movimentos solicitados.
4. Brinque de forca
Com filhos de 6 a 8 anos, a psicopedagoga indica a importância de
brincar do tradicional jogo de forca. “Ao pensar em uma palavra e
oferecer uma dica simples para a criança, ela terá que pensar nas letras
para descobrir”, explica. Para a especialista, é preciso prestar
atenção na forma como a criança resolve o problema. “Observe se ele
sempre repete a mesma letra ou se fica chutando qualquer palavra”.
5. Brinque de rima
Dentre as músicas infantis mais comuns, quase todas possuem
rimas. Sheila sugere que os pais cantem e promovam que os filhos de 6 a 8
anos completem com rimas. A fonoaudióloga destaca que nesta idade as
crianças devem ter noção de como rimar.
Alerta
Além das brincadeiras, Sheila indica uma prática importante para
verificar como está o desenvolvimento das crianças de na faixa dos 6 aos
8 anos: fazer uma lista de supermercado com os itens que devem ser
comprados – mesmo que seja apenas em forma de desenhos ou as letras
iniciais – e que depois as compras sejam feitas em conjunto. “Peça que
seu filho te ajude a encontrar os itens da lista”.
Por fim, a especialista adverte que os pais não devem rotular os
filhos, nem com o diagnóstico dos profissionais, e jamais chamá-los de
preguiçosos ou outro adjetivo semelhante. “Ao fazer isso, o sentimento
negativo é enraizado, afetando a autoestima e prejudicando ainda mais o
processo de leitura e escrita”, conclui.
Fonte: http://anamariabraga.globo.com/canais/comportamento/5-brincadeiras-que-ajudam-a-identificar-dislexia-em-criancas.html
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