Total de livros lidos, inteiros ou em
parte, foi de 2,54 obras. Pesquisa foi feita pelo Ibope, sob encomenda
do Instituto Pró-Livro.
O número de leitores no Brasil subiu 6% entre 2011 e 2015, de acordo com
a 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo
Ibope sob encomenda do Instituto Pró-Livro. Os dados foram divulgados na
quarta-feira (18). O levantamento, que teve abrangência nacional,
aponta que o país tem cerca de 104,7 milhões de leitores, ou seja, 56%
da população.
A metodologia da pesquisa considera como leitor, aquele que leu, inteiro
ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses. No intervalo
entre as pesquisas, o percentual de homens considerados leitores foi o
que mais subiu. O percentual passou de 44%, em 2011, para 52%, no ano
passado.
A pesquisa aponta que o brasileiro lê, em média, 2,54 livros no período
referência de três meses anteriores à pesquisa. O número equivale a 4,96
livros por habitante/ano. O levantamento considerou todos gêneros:
literatura, contos, romances, poesia, gibis, Bíblia, livros religiosos e
livros didáticos. Deste total de 2,54 livros, o brasileiro leu 1,06
livro inteiro e 1,47 em partes nos três meses anteriores à pesquisa.
A Bíblia foi
citada como o "gênero" que mais costuma ser lido entre aqueles que não
estão estudando, sendo citado por 50% dos entrevistados com esse perfil.
Entre os estudantes, a Bíblia foi citada por 31% dos entrevistados,
mesmo percentual que a resposta "contos", seguindo por "didáticos" com
28%.
Depois do "gosto ou interesse pessoal", com 47%, a motivação religiosa
foi apontada como a segunda principal razão para ler, com 22% das
respostas. "Indicação da escola" aparece na sequência com 10%, "para se
distrair" teve 8% e "por motivo profissional", 7%.
Aumento da escolaridade
De acordo com os responsáveis pela análise, o aumento da escolarização
pode ajudar a explicar o aumento dos entrevistados considerados
leitores: o percentual de analfabetos ou de pessoas que não frequentaram
escola formal caiu de 9%, em 2011, para 8%, em 2015. Por outro lado, em
2011, o número de entrevistados que não estudavam era de 68% e, em
2015, passou para 73%.
O aumento na escolaridade foi percebido no aumento do total de
entrevistados que declarou ter ensino superior, dado que subiu de 10% em
2011 para 13% no ano passado. Também houve aumento no ensino médio, de
28% para 33%.
Os dados apresentados pelo Instituto Pró-Livro apontam que, quanto
maior o nível de escolaridade, menores são as proporções de motivações
de leitura ligadas à “exigência escolar” ou a “motivos religiosos” e,
maiores são as menções a “atualização cultural ou de conhecimento
geral”.
Livros mais citados
Abaixo, os livros mais citados, em ordem decrescente:
Bíblia
Diário de um banana
Casamento Blindado
A Culpa é das Estrelas
Cinquenta Tons de Cinza
Ágape
Esperança
O Monge e o Executivo
Ninguém é de ninguém
Cidades de Papel
O Código da Inteligência
Livro de Culinária
Livro dos Espíritos
A Maldição do Titã
A Menina que Roubava Livros
Muito mais que cinco minutos
Philia
A Única Esperança
Na lista de livros, a Bíblia mantém o primeiro lugar também obtido em
2007 e 2011. Neste ano, ela teve 225 menções diretas entre os mais de 5
mil entrevistados. O livro Ágape, segundo lugar em 2011, e a Menina que
roubava livros, que foi 19º na pesquisa anterior, são os únicos que
voltaram a constar entre os mais citados.
Ainda segundo os autores do levantamento, 28% dos entrevistados se
declararam como integrantes de religiões em que a leitura da Bíblia é
central para a prática religiosa, como no caso das diversas denominações
evangélicas.
Autores mais citados
Abaixo, os livros mais citados, em ordem decrescente:
Augusto Cury
João Ferreira de Almeida
Zibia Gasparetto
Padre Marcelo Rossi
Cristiane Cardoso
Cristiane e Renato Cardoso
Paulo Coelho
Allan Kardec
John Green
Chico Xavier
Ellen G. White
Machado de Assis
Padre Fábio de Melo
Maurício de Souza
Bispo Edir Macedo
Kéfera Buchmann
Evolução por regiões
Com exceção do Nordeste, a pesquisa identificou aumento no total de
leitores em todas as regiões. Os dados não foram detalhados por estados.
Na terceira edição da pesquisa, em 2011, o Centro-oeste do país
liderava o número de leitores por região com 53%. Nesta última edição, o
melhor percentual passou a ser o da região Sudeste, com 61%. A região
Centro-oeste caiu para a segunda posição com 57% e a região Norte
ultrapassou a região Nordeste alcançando o terceiro lugar com 53%.
O primeiro lugar no quesito número de livros lidos (inteiro ou em
partes) por habitantes nos últimos três meses também ficou com a região
Sudeste, com 2,98 - índice que ultrapassa a média nacional de 2,54. O
Centro-oeste torna-se o segundo colocado com 2,52, seguido do Norte com
2,44, do Nordeste com 2,15 e do Sul com 2,05. Em 2011, o Centro-oeste
apresentava 2,12, o Nordeste 2, o Suddeste 1,84, o Sul 1,68 e o Norte
1,51
Metodologia
A edição 2016 é a quarta edição da pesquisa, que teve também outras
publicações referentes a dados coletados nos anos de 2000, 2007, 2011. A
pesquisa teve abrangência nacional, com 5012 entrevistas pessoais,
feitas nos domicílios dos entrevistados entre 23 de novembro e 14 de
dezembro de 2015. Foram ouvidos brasileiros a partir de 5 anos,
alfabetizados ou não.
Perfil da amostra
Entre os ouvidos pela pesquisa em 2015, 8% se declarou "não
alfabetizado" ou que "não frequentou escola formal". Outros 21% disseram
ter ensino fundamental I (1º ao 5º ano), 25% declararam ter o
fundamental II (6º ao 9º ano), 33% o ensino médio e 13% o ensino
superior.
Responsável pela pesquisa, o Instituto Pró-Livro (IPL) foi criado em
2006 pelas entidades do setor do livro – Associação Brasileira de Livros
Escolares (Abrelivros), Câmara Brasileira de Livros (CBL) e Sindicato
dos Editores de Livros (SNEL). É mantido por contribuições dessas
entidades e de editoras, com o objetivo principal de fomento à leitura e
à difusão do livro.
Desde a segunda edição o Instituto adotou metodologia que considera as
orientações do Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e
no Caribe (Cerlalc), da Unesco, e pela Organização dos Estados
Ibero-americanos (OEI). O objetivo foi buscar um padrão internacional de
medição que permita eventuais comparações e estudos sobre a questão da
leitura nos países da região.